segunda-feira, 11 de julho de 2016

cômoda de gavetinhas

   Era uma vez, uma cômoda azul-claro, cor do céu, que estava largada na varanda da casa da Vó. Na visita à Vovozinha, os olhinhos da Menina brilharam, ao passar pelo portão e avistar aquela belezura. Olhou para o Neto. Imediatamente, mesmo sem pronunciar uma palavra, ele entendeu:
   - Quer levar pra casa?
   - Podemos?
   Aproximaram-se do móvel, com algumas gavetas faltando, cheio de poeira e teias de aranha. Ele estava caidinho, mas tinha potencial!!
  Entraram na casa e o Neto perguntou se o gaveteiro tinha dono. Era uma reunião de família e as tias estavam reunidas tomando chimarrão.
   - O Primo disse que queria, mas ele não quer mais.
   - Então é nosso! - disse o Neto, saindo da casa, puxando a Menina pela mão.
   - Vamos! Me ajude! Vamos colocá-lo A G O R A no carro, antes que mudem de ideia!!
  E assim, a cômoda de gavetinhas foi para a casa da Mãe, que se empenhou para achar alguém que pudesse tratar o móvel, lixando, limpando e pintando. Missão cumprida, agora faltava a etapa de transporte para a casa do Neto, a quase mil quilômetros dali. Depois de alguns meses, a cômoda foi para a sua nova cidade, mas teve que esperar mais algum tempo para a mudança de casa, antes de se livrar do plástico-bolha. Encontrar puxadores à altura da belezura também não foi uma tarefa fácil.
   Puxadores novos, finalmente, ela assumiu o seu lugar no escritório, toda faceira, abrigando as tranqueiras do Neto de um lado e as da Menina no outro.

    Mas as caixas da mudança ainda ficaram um bom tempo em desordem e ela estava sendo engolida no empilhamento do escritório. Ah, mas pra quem tem paciência e perseverança, a vitória é certa! E eis que o layout do escritório-ateliê foi repensado e ela ganhou o merecido destaque:

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