segunda-feira, 28 de março de 2011

Mundo Pequeno

Certo dia, estava eu lá preparando minha aula, na sala dos professores, quando ouço o meu chefe me chamando:
- Harumi sensei!
Ele estava em uma sala vizinha, separada apenas por uma cortina, conversando com umas senhoras japonesas. Eu tinha ouvido a palavra Curitiba uns cinco minutos antes, mas nem prestei atenção. Fui lá, colocar a minha cara na brecha da cortina:
- Sim?
- Você sabe se tal cidade fica perto de Curitiba?
Me apresentei para as senhoras e fui falando o quão longe ficava a cidade que elas queriam ir.
- Ah, seu nome é igual ao de uma cantora japonesa!
Como já ouvi isso muitas vezes, fui logo dizendo:
- Ah, sim, o nome da cantora é Fuyumi Sakamoto, parecido, né?
- O motorista que vai nos buscar também é Sakamoto... - disse uma delas.
- Como?? É um taxista Sakamoto? - e perguntei o primeiro nome dele, mas elas não sabiam.
- Por acaso é seu conhecido?
- Por acaso, acho que é o meu pai!
A partir daí, foi um alvoroço, quiseram tirar fotos para mostrar pro meu pai, queriam levar recados pra ele, me olharam bem para poder dizer que eu estava bem, etc etc...
Algumas horas depois, quando cheguei em casa, liguei pro meu pai e confirmei: ele ia buscar umas japonesas no aeroporto a pedido de uma cliente (japa), levá-las para conhecer um pouco da cidade e deixá-las na casa dela no final da tarde. 
Rá! Que mundo pequeno, não?

***
Durante uma reunião de planejamento de um evento, eu comentei sei-lá-porquê que fui ao Japão em tal ano. A minha companheira-de-organização-do evento, uma paulista-carioca, vira pra mim e me pergunta:
- Você estava lá  um ano antes?
- Não...
- É que sempre achei que você tem um jeito muito parecido com uma menina que eu conheci lá no Japão, até cheguei a achar que era você, mas isso é história de um ano antes.
- Olha, minha irmã foi um ano antes de mim... Tem gente que diz que a gente é parecida, apesar de não acharmos...
- Ah, não deve ser, ela era intercambista de tal província, nada a ver de onde você foi... (geralmente os familiares vão estudar nas mesmas províncias, devido à descendência, mas não foi o meu caso)
- Peraí, ela foi pra lá! Como é o nome desta menina? Maricota?
- Nooooooooossssssaaaaaaaaaaa!!!!! É ela mesma!!!! Nossa, conheci a sua irmã, como pode? 
Rá! Que mundo pequeno, não?

***

domingo, 20 de março de 2011

Chegada triunfal!

Tiramos umas miniférias e fomos passear em Nova Iorque. Ah, claro que amei o passeio, amei a cidade e, claro, quero voltar lá. E me senti muito glamurosa e chique, né, gente! Agora vou virar uma daquelas pessoas metidas e bestas que começam as frases com "Quando eu estive em Nova Iorque" ou "Porque lá em Nova Iorque"... hahahahahahaha... E vou compartilhar com vocês o meu primeiro dia lá em Nova Iorque (reparem o tom esnobe e carregado de um sotaque brega imitando o inglês americano) cheio de glamour e chiqueza! rá!
NY, visto da Ponte do Brooklin
Depois de uma looonga viagem, chegamos à Big Apple ainda nas primeiras horas do dia. Como não queríamos perder tempo, fomos conhecer pontos turísticos da cidade desesperadamente. Estava muito frio, principalmente para pessoas que não estão mais acostumadas com a temperatura de cinco graus (saímos do verão do Rio com mais de 30º...). E um vento gelado que vinha de todos os lados. Começamos a andar loucamente, num desespero para conhecer o maior número possível de lugares em um tempo mínimo, como se precisássemos bater algum recorde. Tudo isso sem nem conhecer nada da cidade, nem do sistema de transporte deles. 
Daí que, em meio ao cansaço, à tensão dos ombros com tanta roupa a vestir, ao vento gelado que cortava o rosto e à falta de uma refeição decente durante todo o dia, o humor dos dois turistas-recordistas estava pra lá de péssimo. Para piorar (e provavelmente devido aos motivos citados na frase anterior), estávamos com uma #*&@! dor de cabeça. 
olha a cara de "superlegal este vento!", no ferry em direção a Estaten Island, para ver a Estátua da Liberdade...
Mas até aí, você deve estar se perguntando: "Tá, e daí? Só uma viagem planejada por dois loucos sem-noção..." Pois é, mas o inusitado aconteceu depois e foi a cereja-no-topo-do-bolo!
Andando no extremo sul da ilha de Manhattan, uma revoada de pombos passou  por nós. E eu senti algo caindo na minha cabeça. Percebi na hora um pequeno peso no meu cabelo, mas não quis acreditar!! Aguardei uns minutos, achando que tinha sido apenas uma impressão e, se ninguém estava me olhando, não devia ter acontecido nada de mais. Mas a sensação do  'pesinho'  ficou me incomodando... Até que perguntei pro marido se havia algo no meu cabelo, "olha aqui ó"! Ele olhou com cuidado, fez uns segundos de silêncio, e... caiu na gargalhada!!!! Meio se desculpando, não se conteve e caiu na gargalhada! E eu tive a confirmação de que havia recebido um presentinho de um pombo new yorker! Tive meu momento de "ó vida, como isso pôde acontecer comigo?", mas logo achei engraçado também! Afinal, eu devo ser uma das poucas pessoas que têm uma chegada tão original e triunfal em uma das cidades mais chiques do mundo!!!!! Superprivilegiada, não? \O_O/
(Antes que perguntem, não, não tenho foto do evento-cereja-do-bolo... Era só o que me faltava...)
Paramos em um McDonalds (que existem em todas as esquinas),  pedimos um café para disfarçar, pegamos muitos guardanapos e sentamos num cantinho. Marido procedeu à limpeza do meu cabelo, sempre soltando umas exclamações e dando risadinhas, comentários do tipo: "Nossa, quanto cocô!!!" ou "Acho que agora tirei tudo... Não, peraí, ainda tem mais!" ou "Isso não acaba nunca?"
Enfim, não sei como ficou, pois nem quis olhar e confiei totalmente nas palavras do marido. Tem coisas que, se não virmos, não saberemos. E, definitivamente, tem coisas que não precisamos saber nesta vida! 
Depois disso, respiramos fundo, diminuímos o ritmo e procuramos nos alimentar melhor nos outros dias em que estivemos na cidade. E isso foi ótimo! Seria um desperdício ficar de mau-humor em uma das cidades mais legais do mundo, não é?
* Minha dica pessoal para passeios em NY: tome muita água, não se desespere e use gorro ou chapéu sempre! (^_^)v

terça-feira, 8 de março de 2011

Bloco do 'Tudo acaba em pizza'

Em época de carnaval na cidade maravilhosa, tem como não entrar no clima? Há mais de uma semana os hotéis da minha rua estão lotados, ônibus de viagem gigantes circulam pelas ruas estreitas, o pessoal (já) reclama do trânsito e muitos blocos animam as ruas (e as fecham também, dificultando ainda mais a circulação). Eu, apesar disso, não entrei muito no clima de feriado,  tamanha a correria.  Mas ele chegou mesmo assim. E com chuva... coitados dos foliões!
Aqui em casa foi um sábado-de-carnaval-com-chuva tranquilo. Aproveitamos para dormir até mais tarde, organizar algumas coisas, fazer umas coisinhas do trabalho, comer pipoca... Domingo até arriscamos sair para almoçar, mas por perto, estudando direitinho o trajeto, para não ficar  'preso' entre blocos. (Adoro esta animação, mas também gosto da opção de não participar se não estiver no clima, entendem?) Eis que estamos tomando um café pós-almoço tranquilamente e recebo uma mensagem de uma amiga querendo saber o que íamos fazer para, segundo ela, se meter no nosso programa. Como todos os envolvidos chegaram ao consenso de que a muvuca carnavalesca estava fora de cogitação (um bando de véios mesmo, hehehe), resolvemos montar o bloco do 'Tudo acaba em pizza', lá em casa.  ;-)
E assim foi meu fim de semana de carnaval: com amigos queridos reunidos em casa, uma conversa ótima regada a uma boa cervejinha e uns petiscos. Mas devo confessar: o nosso bloco foi enganoso, pois não teve nenhuma pizza. Acabamos fazendo uma linguicinha aperitivo (que vou compartilhar a receita aqui com vocês)  e nem pedimos a tal... Devo confessar outra coisa: agora me veio algumas ideias de novo nome para o nosso bloco, mas não são apropriadas para o horário... hehehehe.... Vamos à receitinha de aperitivo rápido, barato e gostoso que é muito melhor, certo? ;-p

3 pacotes de linguiça aperitivo (ou para coquetel)
1 sidra (se for rosé fica mais coradinho; no domingo, não achei sidra propriamente dita e comprei uma Chuva de Prata)
Coloque tudo em uma panela grande (eu usei a wok) e deixe ferver em fogo médio, mexendo de vez em quando. Deixe no fogo até secar o líquido (demora um pouquinho, não vi quanto tempo). Pronto! Sirva com cuidado, pois fica bem quente!
Fica um gosto diferente, meio caramelado.
Não sei citar a fonte desta receita, porque eu ouvi de várias pessoas diferentes a mesma indicação de como fazer. Ouvi tanto que resolvi testar e adorei!
(^_^)