No final do ano passado eu me inscrevi para uma bolsa de estudos no Japão. É um curso para professores da língua, de dois meses, perto de Tóquio. A resposta só sairia em março ou abril, eu não sabia direito.
Imaginem a super-expectativa aqui em casa. Minha mãe fez este curso há uns 18 anos, na época em que ela dava aulas de japonês em Curitiba. Ela também estava mega-empolgada. Isso só aumentava a minha ansiedade.
Planejamos que marido iria me encontrar lá e ele conheceria o País do Sol Nascente e um pouco das minhas raízes. Comecei a salvar sites e blogs da net com dicas de onde passear. Lojas e cafés para ir. Fiz uma lista mental das pessoas que queria reencontrar lá. Lugares para ir de novo. Lugares para conhecer.
Neste meio-tempo, tive muitas idéias para a Sati. E algumas propostas pra minha vida pessoal e profissional surgiram. Mas tudo iria esperar a volta do Japão.
Março chegou e se foi. Abril chegou, passaram-se duas semanas. Comentei com marido que seria melhor diminuir as expectativas, pois se eu tivesse sido escolhida, já teriam entrado em contato, até pra agilizar a papelada toda. Comecei a me conformar um pouco.
E foi num dia em que tudo estava dando errado, eu recebi o envelope na portaria. Respirei fundo e sorri, pensando que o dia estava péssimo, mas toda a minha sorte e alegria estavam dentro daquele envelope. Abri-o e li o papel que dizia que o meu requerimento não tinha sido aceito.
Chorei o resto do dia. Apaguei a mensagem que minha irmã mandou há dois meses dizendo que sonhou que algo de muito bom aconteceria comigo (e que eu achava que era a viagem). Fiquei dois dias sem conseguir tocar no assunto. Depois de uma semana, consegui contar pra minha família sobre o resultado (mas deixei marido de sobreaviso caso não conseguisse...).
Ouquei, o Japão não veio. Aliás, eu é que não fui. Estou aqui. A vida também!
Então, vambora tirar os planos e idéias do banho-maria e organizar a vida que estava no aguardo. Sim, porque não sou mulher de ficar sentada esperando, né? (por favor, digam “Siiiim!”, pra me ajudar a me convencer...). Tem muita coisa boa por aí pra acontecer!
E sei que o que a minha irmã sonhou já está se realizando: algo de muito bom está acontecendo comigo: estou aqui não estou? (^_^)