terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Conto de Natal

Hoje eu ouvi uma teoria (fantástica) que tenta explicar a existência do Papai Noel:
Um homem comum (e não aquele velhinho gordo com gorro e botas que não suportaria este calor senegalês), anda pelo mundo observando o cotidiano, absorvendo a boa-vontade das pessoas em cada pequeno gesto e, na noite do dia 24 de dezembro, lança toda esta boa-vontade humana na atmosfera para que atinja cada ser que existe na Terra. 

E, no fim do dia, ao fazer uma paradinha estratégica para uma cervejinha-com-pastel para refrescar as ideias, observei um táxi parando em fila dupla na frente de um prédio. O motorista saiu com um laptop nas mãos. 
- Olha, parece que ele voltou para devolver o computador! 
Ele ficou uns minutos em pé, no meio da rua, aguardando, sem se distanciar muito do carro. 
- Sorte que ele deve ter percebido logo e conseguiu voltar, né?
Logo apareceu um homem correndo. Pegou o computador, abraçou o taxista e deu-lhe um beijo. Parecia emocionado.
- Até mereceu um beijo! 
- Ele bem podia ter seguido a vida, não ia fazer nenhuma diferença para ele. Mas pra quem esqueceu no carro, deve ter a vida desta pessoa ali. 
- É, este mundo tem esperança! Ainda tem gente boa aqui, né?
Meus olhos encheram de lágrimas. Me virei e disse:
- Olha, até me emocionei!
Plap! Plap! Plap! - era o barulho das palmas do outro lado da mesa, com as mãos para o alto, olhando bem na cara do taxista que entrava no carro. Com a cara pra fora do vidro, ainda parado, ele sorriu, satisfeito com o reconhecimento.
- Eu só fico com o que é meu!
Passou por nós e deu uma buzinadinha, como que se despedindo de um amigo. 

Hoje, dia 27 de dezembro, a loucura das compras natalinas e a ansiedade da Ceia já passaram. E eu lhes desejo um FELIZ NATAL!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A Baca

A Menininha folheava um livro com muitos animais enquanto os adultos conversavam.
- Gato! Catchiolo! Baca!
Uma das tias interveio, gentilmente:
- Olha, Menininha, este não é uma vaca, é um alce!
A Menininha a olhou e repetiu:
- Alshe!
E continuou a folhear o livro:
- Piu-piu! Poico! Cabalo!
E voltou ao começo.
- Gato! Catchiolo! Baca!
Outra tia lhe diz:
- Lembra que este não é vaca? É um alce!
Ela a olha e repete:
- Alshe!
- Piu-piu! Poico! Cabalo!
E a cena se repetiu mais algumas vezes. Exatamente assim.

Eis que chega a Amiguinha e a Menininha mostra o livro:
- Gato! Catchiolo! Baca!
Mais uma vez, alguma tia a corrigiu. As duas a olharam e repetiram:
- Alshe!
E a Menininha olhou para a Amiguinha e confidenciou:
- É baca mesmo!

* FIM * 

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Invasão Rosa

Em agosto, tivemos uma festa especial da bailarina. E, como toda bailarina que se preze tem que rodar com o tutu cor-de-rosa, rolou uma invasão fofa no ateliê: foram seis saias para a aniversariante e suas amiguinhas.
Estudei alguns tutoriais e acabou saindo uma mistura do modo de fazer da Ana Sinhana e do Blog da Mamãe by Kidy. Fiz com nozinhos, intercalando tiras de tule rosa e de tule branco, o que deixou bem gracioso. Na parte de trás, deixei o elástico com nó simples (não costurei) e a fita rosa com laço, de modo que ficasse fácil para desamarrar e apertar o quanto for necessário. A parte de passar a fita foi meio chatinha, mas adorei o efeito do laço atrás!




Foi uma festa no atelier! A invasão de tutus deixou tudo mais alegre por aqui!!!!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Cara de cogumelo

Dia desses, um amigo disse que comprou uns shiitakes frescos lindões:
- Harumi, você vai saber como me dizer para prepará-los de uma forma bem gostosa e especial!
Se eu tenho cara de cogumelo, de glutona ou de grande cozinheira, não sei. Mas que eu tenho uma receita fácil, delícia e que faz bonito, isso eu tenho!!! ;-p

Eu aprendi esta receita com o meu primo, que é chef e dono do Quadra Contemporânea, restaurante delícia em Palmas, que super-recomendo. Como não anotei direito na hora, não lembrava dos detalhes, mas deu certo! Fizemos assim:


Lavei dois shiitakes frescos de bom tamanho, tirei o talo com uma faquinha pontuda (dessas de frutas) e coloquei o chapéu (do cogumelo) em uma forma, com a parte lisa para baixo (como se fosse uma cumbuquinha).
Liguei o forno em 180º para pré-aquecer.
Maridôncio picou o talo e refogou com um pouco de manteiga (acho que pode ser em azeite, pros intolerantes a lactose). Achamos que estava meio 'ralo' e acrescentamos umas ervilhas congeladas. Temperamos com sal. É bem rapidinho.
Colocamos, com cuidado e com a ajuda de uma colher, este refogado na 'cumbuquinha' de cogumelo. Salpicamos um pouco de queijo ralado e colocamos no forno por 20 minutos.


Enquanto espera, dá pra preparar uns bons drinks. Ou abrir um vinho. Ou servir uma bela cervejinha. Ah, você vai dizer, mas hoje é terça! E daí? E tem dia certo para se curtir a vida?

Shiitake lindão, acompanhado de carne em tiras com moyashi e paçoca de carne (lá do norte). Ah, e um bom vinho, claro.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Domingo

O atendente do boteco, colhendo o parecer da comida...
- E aí, como é que tá, pessoal?
- (com a boca cheia) Tá bom! Muito bom!
- Sempre, né?

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Chegando no final da tarde na cidadezinha no meio do interior "do" Goiás. Tudo fechado, tudo deserto. No posto, único lugar com (pouca) gente.
- Tá tudo fechado hoje?
- É domingo, né? Uma preguiiiça...

sábado, 16 de julho de 2016

gordinha e fofinha, para se comemorar!

Final de semana merece um café gostoso, com um toque de 'dia de folga', não acham? Pois que hoje, nos animamos a fazer estas panquequinhas. Eu sempre faço esta de maçã (apareceu aqui também), que é sucesso absoluto por onde passa (e fácil, claro), mas hoje estava com vontade daquela panqueca gordinha e fofinha, bem no estilo americana, sabem? Daí, que me lembrei desta receita (daqui) guardada há tempos e que estava à espera da vontade de ir pra cozinha. E sabe qual a surpresa? É tão rápida, fácil e nem suja a louça, que nem precisa de muita inspiração pra cozinhar, só vontade de comer algo gostoso mesmo! 

Eu modifiquei um pouco a receita e fiz assim:

Panquecas americanas

 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo (usei 1/2 xícara de integral) 
3/4 de xícara de leite (usei desnatado)
1 colher de sopa de manteiga derretida
1 ovo
2 colheres de sopa de açúcar (usei demerara)
1/2 colher de sopa de fermento em pó
1 pitada de sal
Noz moscada ralada na hora a gosto (não coloquei)

Misture muito bem todos os ingredientes em uma tigela. Fica uma massa bem densa. 
Aqueça uma frigideira antiaderente no fogo baixo e unte levemente. Só untei na primeira vez.
 Despeje porções de massa às colheradas e passe as costas da colher para espalhar a massa na frigideira, para que não fique muito alta. Quando subir umas bolhinhas, vire e doure do outro lado.
Sirva com mel e/ou geleia.

E olha como foi o café-da-manhã por aqui, com a geleia de framboesa de Campos do Jordão que a amiga trouxe.
Olha, ainda dá tempo de fazer neste final de semana, hein? Se não der, faz durante a semana mesmo, ué!
Uma vez, a minha cunhada me disse: "A gente tem que se comemorar, né? Às vezes, esquecemos." Era sobre aniversários, mas eu sempre penso na frase sábia da comadre e complemento: "A gente tem que se comemorar a toda e qualquer hora!!!" 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

cômoda de gavetinhas

   Era uma vez, uma cômoda azul-claro, cor do céu, que estava largada na varanda da casa da Vó. Na visita à Vovozinha, os olhinhos da Menina brilharam, ao passar pelo portão e avistar aquela belezura. Olhou para o Neto. Imediatamente, mesmo sem pronunciar uma palavra, ele entendeu:
   - Quer levar pra casa?
   - Podemos?
   Aproximaram-se do móvel, com algumas gavetas faltando, cheio de poeira e teias de aranha. Ele estava caidinho, mas tinha potencial!!
  Entraram na casa e o Neto perguntou se o gaveteiro tinha dono. Era uma reunião de família e as tias estavam reunidas tomando chimarrão.
   - O Primo disse que queria, mas ele não quer mais.
   - Então é nosso! - disse o Neto, saindo da casa, puxando a Menina pela mão.
   - Vamos! Me ajude! Vamos colocá-lo A G O R A no carro, antes que mudem de ideia!!
  E assim, a cômoda de gavetinhas foi para a casa da Mãe, que se empenhou para achar alguém que pudesse tratar o móvel, lixando, limpando e pintando. Missão cumprida, agora faltava a etapa de transporte para a casa do Neto, a quase mil quilômetros dali. Depois de alguns meses, a cômoda foi para a sua nova cidade, mas teve que esperar mais algum tempo para a mudança de casa, antes de se livrar do plástico-bolha. Encontrar puxadores à altura da belezura também não foi uma tarefa fácil.
   Puxadores novos, finalmente, ela assumiu o seu lugar no escritório, toda faceira, abrigando as tranqueiras do Neto de um lado e as da Menina no outro.

    Mas as caixas da mudança ainda ficaram um bom tempo em desordem e ela estava sendo engolida no empilhamento do escritório. Ah, mas pra quem tem paciência e perseverança, a vitória é certa! E eis que o layout do escritório-ateliê foi repensado e ela ganhou o merecido destaque: