terça-feira, 30 de março de 2010

sucesso é...

Como não moro mais na cidade em que morei a vida toda, volta-e-meia alguém pergunta pra minha mãe de mim.
- Ela tá bem! Tá dando aulas de japonês e fazendo patchwork lá no Rio. 
- Ahn... Que coisa, né, estudou tanto e agora teve que ir atrás do marido... e tá lá, dando aula... e de japonês... (o patch nem entra na conta, percebem?)
Outro dia minha mãe me contou um destes episódios, disse que lembrou do que escrevi  sobre a (não)valorização do magistério (se quiser ler, tá aqui) e que nem tentou explicar, porque "sabe, Harumi-tian, deixa as pessoas acharem isso mesmo, enquanto você vai ficando bem feliz!"
Gostei deste ponto de vista!
Conversei com uma amiga sobre isso e comentamos que o brasileiro ainda acha que o 'ser bem sucedido' é viajar bastante a trabalho, ficar no escritório e ter mil reuniões. Não, não estou querendo fazer uma apologia ao 'fazer nada da vida', mas não acho que seja este o termômetro de se medir o sucesso, é?
Outro dia na aula, o meu aluno japonês disse que lá (no Japão), há dois tipos de profissionais: os que trabalham pelo dinheiro e os que gostam do que fazem. O segundo tipo é o mais valorizado. A sociedade condena e vê de forma não muito boa o primeiro. Eu disse que isso está mudando aos poucos no Brasil: cada vez mais se fala em trabalhar com prazer. Ele me disse que entende, pois o Brasil é um país que está se tornando mais desenvolvido e por isso a mudança de pensamento. Será?
Na minha época do vestibular, depois de três anos sem passar, falei pro meu pai que tentaria outro curso qualquer, mais barato, na universidade particular. Meu pai me disse que era pra eu fazer o que queria e não sacrificar isso por um punhado de dinheiro. A gente daria um jeito. E olha que o punhado não era tão pouco assim. Fiquei feliz na época e ainda fico quando lembro disso.
Por outro lado, dá pra entender o comentário do começo desta postagem. Afinal, eu demorei pra entrar na faculdade, fiz um aperfeiçoamento no Japão, acabei o mestrado e estava trabalhando para caramba em Curitiba, pra acabar assim, dando aula de japonês. Não é justo, né?! (Só posso rir.)
Confesso que no começo de vida aqui, fiquei relutante em fazer patchwork. Afinal, eu era uma mestra!! Não queria jogar isso tudo fora. E sabem? Não joguei! Eu percebo que uso tudo o que vivi nas coisas que faço hoje, de uma forma ou de outra. E a vida é tão surpreendente e a gente nunca sabe o que está por vir pra afirmar qualquer coisa! 
Cada vez que conversamos sobre os rumos da nossa vida ou quando fico chateada com alguma coisa da escola, marido diz:
- Mas é o que você gosta de fazer! O jeito que você fala das aulas e até quando fica indignada confirmam isso!
Acontece o mesmo quando 'empaco' com algum produto que estou costurando e não fica do jeito que eu quero. Preciso dele (do marido) pra entender que é isso mesmo! Que não estou desperdiçando a minha vida!
E quando páro pra pensar, percebo que sempre vi meus pais fazendo o que gostam. Claro que a vida não é fácil, sempre rolavam reuniões familiares quando algum presidente lançava um plano econômico diferentoso. E olha que eles nem eram profissionais liberais como eu...
Hoje, eu e meus irmãos trabalhamos, contamos as moedinhas no final do mês pra pagar as contas, mas não temos medo de lutar e de nos divertir, principalmente.
E acho que é isso: o mais importante é poder sorrir no final do dia, de alguma forma.
Se a conta bancária ou a quantidade de horas em reuniões é que proporciona isso, ótimo!
Pra mim, é poder passar o pouco que sei pros outros, tagarelar (aqui ou em qualquer lugar, hehehe), poder ver o sorriso dos clientes e dos alunos no final de um dia de trabalho.
E você, que está lendo toda essa divagação, o que acha?
***
# colocando o link da matéria que a yoko indicou: fala sobre as diferenças entre homens e mulheres, o que cada um prioriza na vida e no trabalho. muito bom!! Aqui

segunda-feira, 22 de março de 2010

paella com morango

Nem toda segunda é a la garfield, ainda bem!

Minha segunda começou com muita preguiça para acordar, demos um soneca de meia hora no despertador e foi difícil desvencilhar da cama me agarrando. hehehe. Mas, enfim, a semana começava novamente. O que eu não sabia que seria uma GRANDE segunda-feira!

Comecei o dia fechando envelopes de brindes para queridas que participaram de um sorteio feito no twitter e flickr em comemoração ao dia do Artesão (19/03/2010). E, como sou muito sentimental, não consegui dar o presente só pra @drimorango, a sorteada, mas quis dar uma coisinha pra quem me desse o endereço. Enfim, comecei o dia mais feliz por ver as pessoas me mandando seus endereços felizes só pela perspectiva de receber algo que elas nem sabem o quê. (^_^) (viram por que fico sentimental e de coração molenga??)

Bem, estou lá, super-atarefada escrevendo bilhetinhos e cortando galões, quando marido liga e diz que teve um imprevisto, tem que passar em casa pra pegar sei-lá-o-quê e vem almoçar. E eu, que pensava em fazer uma gororoba básica só pra mim, olho na geladeira para ver as perspectivas. NADA! Não fizemos compras no fim de semana e não tem nada... Ok, olho no freezer e (adivinhem!) tem um pacote de paella pré-pronta congelada. Isso mesmo! Porque sou chique e vou receber meu marido em plena segundona com uma paella!!!
À tarde, foi a hora de conhecer a Dri. Nos encontramos em um café supertradicional do Rio (que eu adoro e, segundo dizem, é mais antigo que a Colombo) para a cerimônia de entrega do prêmio do Dia do Artesão! Fico sem palavras para descrever como foi. Foram duas horas e meia de tagarelice (imaginem duas mulheres que falam muuuuito, agora multipliquem por duas!), muita risada e alguns doces engordativos (claro!).
Devo confessar que fiquei com um odiozinho quando ela contou que pode fazer um coque de nó (sabem aqueles que simplesmente se pega o cabelo e faz um nó?). Mas nada que seja pessoal, nem que abale a nossa amizade: eu tenho odiozinho de todo mundo que faz este tipo de coque, só porque eu não consigo. Mas, por outro lado, eu não preciso fazer chapinha, que, segundo a Dri, me faz ser uma pessoa superchique (e olha que nem contei  pra ela da paella! hihihi).
Eu e a Dri, com nossos presentes. 
(eu ganhei uma sacola que vira morango, entre outras coisas!)

Bem, agora deixa eu ir que tenho que fazer a janta pro marido, tá? O cardápio? Ah, acho que vai ser um macarrão pronto ou algo de pacote. Ah, me deixem, que em plena segundona não dá pra ter tantas refeições glamurosas, né? 
=D

sábado, 20 de março de 2010

férias

Finalmente um post sobre a viagem que fizemos. Passamos uma semana em Miami e Orlando! Foi a minha primeira vez nos Estaites!
Eu demorei pra escrever sobre isso, pois precisava de um tempo pra chegar a alguma conclusão e não parecer uma ingrata. É que não foi a-viagem-da- minha-vida, por assim dizer. Claro que foi ótima e eu adorei estar lá, mas não adorei TUDO. A parte que mais gostei? A ida a Orlando, com o encontro com o primo e os parques da Universal. O que não gostei? A loucura das compras (acreditem!). Aliás, devo dizer aqui que tive algumas revelações nesta viagem:
1. não gosto de fazer compras mesmo. Achei que, diante das ofertas americanas (que são maravilhosas), eu me renderia, mas não. Depois do segundo shopping, eu fiquei tão mau-humorada que nem sei como marido não me despachou pra casa antes do tempo.
2. consequência do item anterior, eu não serviria pra ser muambeira.
3. viagem pra mim, principalmente de férias, tem que ter passeios, voltinhas pela cidade, paradas para café e comidinhas gostosas (muitas comidinhas, hehehe). 
4. eu sou sentimental mesmo: a parte que mais gostei foi porque tivemos um encontro delícia com o primo e família, e porque eu vi meu marido se divertindo como criança.

E agora vou contar da viagem e mostrar as fotos! =D
 South Beach é a praia maravilhosa de Miami e onde acontecem os agitos! Com clima latino e de glamour, a Ocean Drive, avenida principal, é um lugar pra desfilar e se exibir, no melhor estilo ver-e-ser-visto. A arquitetura Art Déco, dos anos 1920, completa o cenário. É um pouco artificial e cenográfico na minha opinião, mas muito bonito. Ah, aqui tem um estudio-galeria do Romero Britto, que acabamos não conseguindo ir, mas fotografei uma obra dele em frente a um edifício comercial.
E nós comemos o famoso Stone Crabs, as pinças de caranguejo servidas com molho de mostarda especial no Joe's Stone Crabs. Muito bom! :-)

Quando andamos por Design District pensei em um monte de gente que gostaria de ver tudo aquilo! É considerado o bairro mais cool da cidade, cheio de lojas-ateliers de designers, ateliers de costura, galerias de arte e arquitetura moderna. Tem muitas vitrines legais e chiques, mas não deu coragem de entrar em nenhum estabelecimento (pareciam muito caros... rsrs). 

Eu e marido gostamos de ir a bares temáticos como o Hard Rock Cafe. E, em Miami não foi diferente, tivemos que bater ponto. Fomos ao Bubba Gump Shrimp Co, dedicado à lenda do filme, que é muito legal! Lá, tem um banquinho para tirar foto, como se estivesse esperando o ônibus, igual ao filme. Adivinha se não tirei a foto? (beem turístico! hahaha). E , claro, o  Hard Rock Miami! Comemos, bebemos e compramos o shot (um copinho de vidro, temos uma pequena coleção) e camiseta, bem básico turístico também... rsrs.. 

Já em Orlando, ficamos apenas dois dias e meio. Encontramos o primo, prima e filhinha (uma fofa de dois anos que já fala português com sotaque de manezinho da ilha!!) e ficamos tão empolgados em colocar a fofoca em dia, que não tiramos foto... E, claro, fomos a alguns parques.
Fizemos os dois parques da Universal (Studios e Island of Adventure) em um só dia. Loucura? Até que não, foi bem tranquilo. Tínhamos dicas de revistas e de amigos para o roteiro dos brinquedos e conseguimos seguir.  Acho que foi o melhor dia!! Marido nunca tinha enfrentado um parque deste porte e se mostrou mega-empolgado com os brinquedos. Lá é tudo muito organizado e bem feito. Gritei muuito na montanha-russa do Hulk, quase morri do coração no Rockit (outra montanha russa), comi donut (adoro!), vi o Shrek 4D (adoro o ogro!), enfim, nos divertimos bastante! Como eu ouvi dizer de uma amiga, "voltamos a ser crianças". (^_^)

No dia seguinte foi a vez do outro parque que tínhamos escolhido: Holywood Studios (antigo MGM). Mas estávamos cansados e o parque estava cheio (domingo de sol na Flórida) e acho que não aproveitamos tudo o que o parque oferece. Mas foi boooommm, claro (tem como não ser?)!!! As fotos acima (de superturista) comprovam isso, não? O show do Indiana Jones, o Star Tours (do Star Wars) e outros shows foram bem divertidos, sem falar na cidade cenográfica perfeita e na loja de desenhos do mickey (desenhos em aquarela e  a lápis dos personagens) fiquei toda maravilhada, queria levar todas as ilustrações...

E, claro, a Sati também ganhou alguns presentinhos. Acabei não indo em nenhuma loja de patchwork especificamente. Mas fui ao Walmart e me esbaldei com botões, tecidos e galões (fitas)! Queria que o Walmart daqui fosse assim também!

\*Ü*/


quinta-feira, 18 de março de 2010

O tempo ruge!

Num sábado, estávamos comentando (e rindo) de frases ou ditados populares que sofrem interpretação livre, no melhor estilo "ui ar de uôrdi".E alguém citou: 
"O tempo ruge!" 
E ficamos elucubrando como deve ser um 'tempo' assim: parecido com um leão ou outro animal destemido ou, ainda, um monstro grande e assustador, soltando o seu grito assustador.

Bem, no final do ano quando sou, literalmente, atropelada pelos compromissos profissionais e pessoais, sempre mentalizo: 
"Calma, Harumi, isso logo vai passar e janeiro vem com a calmaria típica desta época do ano!"
Isso é, de certa forma, verdade. Tanto na parte dos patchwork quanto nas aulas de japonês e eventos em geral,  janeiro é um mês parado. Ou deveria ser, teoricamente. Mas acho que nos últimos anos esqueceram de avisar o meu janeiro disso. Faço as coisas de modo atropelado a partir de outubro e sempre penso que vou organizar a vida no início do ano até o carnaval, sem ver isso se tornar realidade...
Ano passado, nem fiz propaganda na época do Natal, nem peguei encomendas de final de ano, porque estava atolada. Tenho anotações de encomendas atrasadas que datam de outubro. Isso é possível? Custo a acreditar!
Ah, mas janeiro iria chegar com sua calmaria e eu, além de colocar a lista de encomendas em dia, ainda iria organizar a Sati, fazer um monte de coisas administrativas e ainda colocar um monte de ideias de produtos novos em prática.
A-HÃ! 
Chegou janeiro, teve o aniversário do afilhado em que eu quis participar com a toalha da mesa do bolo (e ainda fiquei tendo ideias de sorteio e tals, humpf!). Nem fiz a bolsa pra minha mãe que tinha prometido no aniversário dela (em janeiro). Coitada, sempre fica a ver navios... (ano passado, dei o presente de aniver junto com dia das mães, mas depois de maio, claro...)
E já é março, segunda metade do mês!!! Caraca!!! Nem preciso dizer que a lista de clientes aguardando continua lá...  :-S
Tenho um monte de coisas planejadas, outras tantas esperando acontecer, mas não estou conseguindo operacionalizar as coisas... Os prazos acabam, vou sendo atropelada pela vida.
E tenho que concordar com a frase da qual eu ri há algum tempo:
"O Tempo ruge! "
E ruge forte! E me persegue como nos desenhos animados em que o perseguido vai correndo dando pulinhos pra frente pra escapar das investidas do perseguidor que quase o pega o tempo todo.
*

segunda-feira, 15 de março de 2010

picolé com iogurte


Eu vi esta receita pela primeira vez no livro A Panela Amarela de Alice, de Tatiana Damberg (ela tem o blog Mixirica). No livro, ela dá a receita do sorvete com damascos, que eu fiz na minha segunda vez. Mas, como ela mesma diz no livro, você pode fazer como quiser. E eu já fiz com goiaba, damascos secos, manga (este da foto), geléia de cupuaçu, até com ovomaltine (que não ficou muito bom...). 
É muito fácil de fazer, prático, gostoso e divertido de comer!

Enfim, aqui, o modo como eu faço.
1 copo de iogurte natural (às vezes eu uso o desnatado, outras o integral)
açúcar a gosto (às vezes eu uso o mascavo e o sorvete fica mais 'escurinho')
1 fruta ou 1 xícara de frutas secas picadas, mais ou menos, ou 1 colher(sopa) de geléia de fruta
forminhas de picolé ou copinhos que possam ir ao freezer com palitos de picolé

  Com frutas secas --> coloque numa panelinha as frutas picadas, cubra com água e deixe ferver em fogo baixo. Cuidado para não secar demais, o ponto é para fazer um purê com isso. Amasse com garfo.
  Com frutas frescas --> faça o purê amassando a fruta com um garfo ou passe no liquidificador / mixer com o iogurte; ou proceda como com frutas secas (para maçã, pera, goiaba etc)
   Misture o purê ou a geléia com o iogurte, pode ser no próprio copo do iogurte. Coloque açúcar, se necessário. Não precisa deixar muito mais doce, se estiver bom antes de ir ao freezer, ficará bom depois.
   Um copinho de iogurte dá certinho pra estas forminhas que comprei: 6 picolés. Eles parecem pequenos, mas é o suficiente para uma pessoa. (claro que, às vezes, a gente repete. rsrs)
   Na hora de servir, deixe uns minutinhos fora do freezer para desenformar.

Bom apetite!
Quem fizer, me conta, hein? Ah, pode me convidar pra experimentar também! ;-p
*

quinta-feira, 11 de março de 2010

hora de beber

Ela ligou para a amiga no sábado, fim da manhã.
- Oi! Que que vocês vão fazer hoje?
- Oi, a gente tava pensando em ir à feirinha do Chorinho, tão a fim?
- O que que tem lá? Feirinha do quê?
- Ah, tem de tudo: hortifruti, flores, pastel... E tem um grupo de chorinho que toca numa pracinha. O povo fica lá, ouvindo eles tocarem, papeando e tomando uma cervejinha...
- Mas... vocês bebem antes do meio-dia?!... (antes de terminar a frase, ela se deu conta com quem estava falando e começou a rir da própria pergunta)
- (rindo também) CALAARO! Algum problema?

*****
Na sexta, no trabalho, mulher combinando com colega sobre a corrida de rua que vão participar no domingo:
- Então, você vai correr também, né? A gente podia combinar de se encontrar depois da corrida, lá no boteco perto, pra tomar umas, reidratar...
O colega, calculando: a corrida é às oito horas da manhã, corre 5 km, faz o alongamento, pega a mochila e já passou das nove... Então, sem problemas!
- Beleza! Nove e pouco lá no boteco! 

*****
Outro dia, comentando sobre o horário de começar a beber, uma amiga de uma amiga falou:
- O importante é que horas você acorda: se  acordar cedo, não precisa esperar necessariamente até meio dia. Só não pode começar a beber com aquela sensação de que está bebendo no café-da-manhã!

*****
(mais uma! atualização em 12/03/2010, às 14.20)
Casal resolve visitar uns amigos no Canadá. O marido é daqueles que acreditam que encontros sociais não acontecem sem uma gota de álcool. Os dois casais sentados na sala, frente a frente, aquele papinho meio sem graça. Marido solta:
- Tá quente, né? Não tem uma cervejinha?
O casal anfitrião se entreolha. 
- Tem, sim. E está geladinha. Mas... (e olha o relógio) ainda não é hora. Mais quarenta minutos e serão três e meia, daí, tudo bem!
O casal brasileiro não entendeu a convenção de horário: por que três e meia? Sem perder o gingado típico brasileiro, marido diz:
- Mas, no Brasil, já passou faz tempo das três e meia! Não se preocupe, eu mesmo posso ir buscar na geladeira!
Convenção por convenção,o fuso horário também é uma, não?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Você é do Japonês?

Depois do trabalho, lá pelas oito da noite, mulher tenta entrar no ônibus e topa com um moleque que sai pela porta de entrada, para entrar de novo pela porta de saída. 
- Boa noite, Japonês!
Mulher murmura um "Boa noite" sem muita expressão. Ao sentar, cansada, lá vem o discurso:
- Senhoras e senhores, desculpe incomodar a tranquilidade da sua viagem.... blablabla... (e foi aquela história triste para pedir uns trocados.)
Mulher continuou na tranquilidade inabalável da sua viagem. Quase inabalável.
- Japonês, não tem uma moedinha?
- Desculpe, tou sem nada....
- Você é japonês?
- Ahãn, sou. (nem levanta o olhar)
- Você é Japonês e fala português?
- (...)
Ele passa, arrecada moedinhas e volta. 
- Posso me sentar perto de você, Japonês?
Sem querer criar polêmica, ela balança a cabeça afirmativamente pensando que já vai descer. O menino senta ao seu lado, virado para ela, encarando-a como se olha a um ET.
- Japonês, como você fala português?
- Porque eu nasci no Brasil.
- Mas você não é japonês? Você nasceu no Japonês?
- Não, eu nasci no Brasil.
- Mas você tem cara de japonês!
- Você veja só...
- Você nasceu no Japonês e veio pro Brasil?
- Não, nasci no Brasil....
- Mas você tem cara de japonês! Nasceu no Japonês e veio pro Brasil?! E você fala japonês?
- Não....(na realidade ela dá aulas de japonês, mas deixa pra lá...)
- Como você não fala japonês? Se você nasceu no Japonês?
- Ah, eu tenho que saltar. Tchau! 
E levanta-se. Na realidade faltava uns quatro pontos. E ela ficou na porta, fingindo que olhava com afinco para fora, como que procurando o ponto certo para descer. 
- Japonês, quer que eu puxe a cordinha? Vou puxar! 
E puxou.
- Não... Ainda não é aqui...
Ônibus pára, motorista olha pelo retrovisor e a mulher faz não com a cabeça. Se não estivesse tão escuro, desceria ali mesmo, mas a caminhada era um pouco longa... E se ele resolvesse descer junto?
- Japonês, você não vai descer? Onde você vai descer?
- (...)
Chega o ponto certo dela. O menino se agita para descer. 
-Tchau, Japonês!
- (...) - com sorriso amarelo (de japonês?? rsrs)
Mulher desce no próximo ponto, anda umas quadras a mais, mas tudo bem. Quando chega em casa, marido comenta: 
- Você demorou um pouco hoje, não?! Tudo bem?
- Ah, amor, você não imagina o quanto foi demorado pra mim!!!

*FIM*
-

quarta-feira, 3 de março de 2010

Calma, alma e um pouco de festa

Hoje estou num clima como a música Paciência, do Lenine: pedindo "um pouco mais de calma, um pouco mais de alma". Até blipei esta música, veja aqui! E, apesar de adorá-la, se juntar este meu momento com este clima nublado (acho que já virei carioca, fico triste com céu nublado...hehehe), a coisa não vai andar hoje. E eu preciso muito que as coisas andem a partir desta semana, senão, muitas das coisas que estou pensando/  planejando/ esperando-que-dêem-certo não vão poder acontecer. Ou vão acontecer pela metade e eu vou ficar triste.
Então, lembrei de uma outra música, chamada Todo Dia, do Jair Oliveira (lembram do Jairzinho?), que eu ouvi uma vez e coloquei no flickr (veja aqui), há um tempão atrás. E também blipei aqui
E aqui vai o registro das duas músicas: uma combinação ideal pra mim hoje!!  :-)
"(...)
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência..."

(Paciência, Lenine)

"(...)
Todo dia é dia lindo
Pra quem sorri o dia diz: "Bem-vindo!"
(...)
Todo dia é dia de festa
Pra quem se dá o dia dá, o dia não empresta"
(Todo Dia, Jair Oliveira) 

***